sábado, 28 de abril de 2012
O País do Futebol
Se você gosta de futebol, não deixe que ele se torne um deus em sua vida (Êxo. 20:3).
Desenhos animados podem prejudicar
Pode um filme como o Rei Leão trazer uma mensagem de violência para as crianças? A exposição de crianças à violência nos meios de comunicação (principalmente de televisão e cinema) é uma preocupação de Saúde Pública. Os defensores dos chamados “filmes de ação e de terror” perguntaram: quem surgiu primeiro o ovo ou a galinha? Eles argumentam que, na realidade o cinema não induz à violência, e sim imita a vida, que por sua natureza, é violenta desde que o homem surgiu na face da Terra, segundo eles.
Entretanto, estudos clínicos recentes demonstraram que pessoas expostas a filmes nos quais existam cenas de violência realizadas de maneira gratuita podem levar aos espectadores a apresentarem comportamentos hostis, e, entre alguns deles, ocorrer uma aceitação maior da violência como uma maneira de resolver situações de conflito.
As crianças
Na televisão, a exposição das crianças à violência as afeta de modo negativo. Os principais efeitos de ver cenas violentas na televisão são: as crianças podem se tornar menos sensíveis à dor e ao sofrimento de outras pessoas; as crianças podem se tornar mais temerosas do mundo que as cerca; e podem se tornar mais agressivas. Nos Estados Unidos, os programas de televisão exibidos para crianças apresentam cerca de 20 atos de violência por hora.
O videocassete é para as crianças uma fonte importante de entretenimento. Estima-se que 96% de crianças pequenas, com idades entre 2 e 7 anos, morem em residências nas quais existam pelo menos um aparelho de videocassete.
Pesquisas anteriores demonstram que crianças nessa idade passam ao redor de 2 horas por dia assistindo à programas de televisão, e entre 30 e 90 minutos diários vendo fitas de videocassete.
No ano de 1998, cinco entre os dez vídeos mais vendidos nos Estados Unidos foram desenhos animados, classificados na censura como G ( livre para todas as audiências ) pela Motion Picture Association of America. Entretanto, até o momento, a violência existente em desenhos animados não havia ainda sido quantificada.
O novo estudo
Com a finalidade de quantificar e caracterizar a violência em filmes de desenho animado de sucesso, 74 destes filmes, considerados como sendo de censura livre, exibidos em cinemas americanos no período de 1937 a 1999, e disponíveis no videocassete, foram avaliados em busca de se quantificar cenas de violência em seu conteúdo.
Este novo estudo foi conduzido por pesquisadores da Harvard School of Public Health em Boston, e publicado no número de 24 de maio de 2000 no Journal of the American Medical Association.
A pesquisa foi realizada pelos Drs. Fumie Yokota e Kimberly M. Thompson. Para o seu estudo, os pesquisadores definiram a violência como sendo atos intencionais com o objetivo de causar dano físico, para o coração, ou por puro divertimento; ou o agressor tenha algum tipo de contato físico com o objetivo de ferir a vítima.
Os filmes avaliados apresentavam uma média de nove e meio minutos de violência por filme; pelo menos um personagem morria assassinado em metade dos filmes, e pelo menos um dos personagens era ferido em 46 dos filmes.
Na maioria dos filmes, a principal arma usada foi o próprio corpo (59%). Por exemplo, no filme Aladim, o personagem termina por derrotar o vilão Jafar, prendendo o em uma lâmpada mágica, mas não sem antes tentar derrotá-lo usando a força física. No filme “O Rei Leão”, Simba luta contra o vilão (seu tio), recusa-se a matá-lo, mas não faz nada para prevenir a sua morte, assassinado pelas hienas no final.
A violência entre os personagens de desenhos animados pode passar desapercebida pelos adultos, ou ser considerada inofensiva, mas os estudiosos dizem que não é clara qual seria a sua influência entre as crianças. Cenas violentas poderiam tornar as crianças habituadas à violência, e para elas isto passaria a ser de algo normal. Além do mais, é possível que as crianças poderiam tentar imitar a violência dos personagens, porque muitas vezes as cenas são consideradas como engraçadas e sem conseqüências mais sérias.
Um exemplo disso, seriam as cenas que envolvem o Papa Léguas e o Coiote – muitas cenas mostram o Coiote caindo em um precipício ou sendo esmagado por uma imensa pedra, mas ele sobrevive sempre ao final de cada episódio.
Os pais deveriam ter o controle, segundo os autores, do que os seus filhos assistem. No caso dos desenhos animados em fita de vídeo, uma avaliação prévia do filme por seus pais poderia ser recomendável.
Fonte: Journal of Applied Social Psychology (1999, Vol. 29, No. 1, pp. 145-165)
via Reforma de Saúde
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